Depois azáfama da aplicação das provas de aferição dos 6º e 4º anos, vem a recolha e distribuição das mesmas para classificação. Hoje foi a minha vez de ajudar nesta árdua tarefa de recolha e distribuição de 12000 provas do distrito, para os classificadores.
Verifiquei que, para além dos envelopes que referiam "alunos com N.E.E." (Necessidades Educativas Especiais), apareciam envelopes que referiam "alunos itinerantes".
Parei para pensar. Nunca tive alunos itinerantes portanto não posso falar com conhecimento próprio da sua frequente adaptação à escola, aos colegas, aos professores... enfim... Chegam a mudar de escola mais de 10 vezes por ano! Que vida têm estas crianças?
Se os alunos com residência fixa só têm sucesso com muito estudo, empenho, dedicação e trabalho, eu imagino estas crianças... têm de fazer tudo a duplicar ou triplicar. Certamente não é fácil! É claro que o destino mais certo é o abandono escolar.
Parece que o Ministério da Educação não se esqueceu deles:
"Mais de 80 alunos filhos de profissionais itinerantes como artistas de circo e vendedores ambulantes frequentam este ano lectivo o ensino básico, "saltando" de escola em escola, sem tempo para criar laços com professores e colegas. (...)
Para "garantir o direito destes jovens portugueses a uma justa e efectiva igualdade de oportunidades no acesso e sucesso escolares", a DGIDC desenvolveu um projecto-piloto em parceria com a Portugal Telecom (PT), a Texto Editores e a Porto Editora, que arranca sexta- feira, abrangendo 12 alunos do terceiro ciclo. (...) vão ser os primeiros alunos da "Escola Móvel", um projecto de ensino à distância que tem nas tecnologias de comunicação a principal ferramenta. (...)"
notícia de 09-02-2006
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13 comentários:
hemos visitado tu blog
si tienes un rato que perder
y quieres visitar el nuestro
gracias por todo
Só as recolheram e distribuíram hoje?! Estás a referir-te às provas de matemática, espero. Para as de Português, estão muito atrasados!
Vi há tempos uma reportagens sobre os alunos itinerantes. Eram alunos excelentes, auto-didactas. Mas estes serão uma minoria, portanto acho bem que o ME tome consciência da sua existência e os apoie.
Sim, Bell, refiro-me às provas de Matemática :) Estivemos a tirá-las dos envelopes e a colocá-las noutros... penso que sabes o que é. Não estou nas equipas mas estive a ajudar pq tive um furo a meio da manhã. As de Português já foram sujeitas ao mesmo processo na semana passada - algumas colegas ficaram na escola até perto da meia noite!
Já conhecia este projecto-piloto e julgo que será a melhor solução. Espero é que disponibilizem equipamentos, que permitam o acesso a todos os jovens nesta situação!
Um abraço infernal!
Boa semana e beijinhos :o)
Não tendo nada a ver com o tema em questão, foste uma das contempladas com uma nomeação para "Blog com Tomates" (aquele que luta pelos direitos fundamentais do ser humano).
Foste escolhida porque acho que o facto viveres uma vida de educadora é mais que uma luta.
Passa por http://blogcomtomates.blogspot.com/ onde tudo é explicado.
Beijos e já cá passo para comentar o post
Acho que há países em que há um professor que acompanha essas crianças... MAs não tenho bem a certeza...
Eu tive um. Era palhaço e tornou-se, naqueles dois dias, o ídolo da criançada!
Já não era sem tempo que o Ministério se lembrasse de ter uma atitude justa para com estes meninos.
Muito oportuno este teu post.
A ideia de uma escola móvel ou de um professor tutor que os acompanhasse era perfeito. Já tivémos a Tele Escola agora temos o E-learning. E, temos de aproveitar essas vantagens. J+a dei aulas a uma das netas do Cardinali e era um exemplo para todos os outros alunos em educãção e conhecimento.
Beijos
Tenho um apelo urgentíssimo no meu blog, por favor passa por lá!
Beijinhos :o)
Eu conheci uma aluna dessas no ano passado. Passou pela minha escola 3 dias, enquanto o circo ficou por ali.
Realmente, tem que ser mesmo auto-didacta para aprender alguma coisa.
Espero que esses projetos deem bons frutos!
Bom trabalho!
Beijitos
Tive contacto este ano (penso que no 1º período) com esse projecto. Uma aluna, do circo, esteve na escola durante 3 dias e num desses dias fez um exame, no qual estive a vigiar. Na altura postei sobre o assunto e tb descobri algumas coisas que não sabia. Por exemplo, foi-lhes entregue um computador e têm acesso à internet onde podem contactar com os professores das disciplinas.
Deve ser dificil estudar nestas condições, porque pertencendo ao circo também ela participava nos espectáculos. Mas já se está a dar um passo no sentido da escolarização.
Olá, estou a fazer um trabalho académico de investigação sobre as nee,s derivadas da itinerancia destes alunos, em particular dos filhos de artistas de circo em Portugal; se alguém quiser contribuir com informações, relatos, opiniões, palpites, sugestões ... serão bem acolhidos.
É um mundo que 'está por aí' mas que não tem tido 'dimensão' ou capacidade reclamante para que reparemos nas suas necessidades educativas específicas... vamos tentar perceber este mundo, apesar de pequeno em número? H.POMBO
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