15 março, 2017

O meu regresso

Necessidade de voltar? Senti sempre. Os episódios para partilhar sucediam-se. Mas o tempo escasseava.
A partir de agora prometo vencer à falta de tempo.
Vou partilhando episódios presentes e outros que, lamentavelmente, não se apagam da memória.

05 março, 2017

Uma ausência proplongada

Voltei.
Depois de ter escrito o último post, há vários anos atrás, a minha vida profissional nunca mais foi a mesma. Aquela que parecia ser uma escola ótima, tornou-se numa escola infernal. Valeram-me três colegas de grupo, maravilhosos, com quem partilhei as angústias e que se tornaram companheiros das mesmas aflições: a Elisabete, a Vanessa e o João.
A minha estreia a lecionar uma disciplina de 12º ano, para a qual não estava minimamente preparada, foi um verdadeiro tormento pelo facto de eu sentir que não estava à altura do desafio que me impingiram mas para o qual trabalhei imenso e me esforcei além das minhas forças. Tudo isto pelo simples facto de que as colegas do quadro da escola, que tinham habilitações melhores do que as minhas para lecionar a dita disciplina e já a tinham lecionado em anos anteriores, estavam fartas de lecioná-la e queriam lecionar outra coisa.
Além de tudo isto, aquele foi o ano letivo em que começou a "perseguição" aos professores e à sua avaliação e, naquela escola, dirigida por uma pessoa próxima da então ministra da educação, foi tudo elvado muito a sério. A gana de avaliar era tanta, quer por parte da direção quer por parte dos colegas coordenadores de grupo e de departamento, que até metia medo! As reuniões  sucediam-se, umas atrás das outras, para balanços de resultados obtidos por alunos; porque este era um dos parâmatros de avaliação do professor - os resultados obtidos pelos alunos.
Por tudo isto, tive de pedir acompanhamento psicológico para conseguir aguentar tamanha pressão de todos os lados.
Foi um ano mau; um ano para esquecer. Exceto, como já disse, os meus três companheiros de jornada, uns queridos, que andaram tão sufocados quanto eu.
Não consegui continuar a escrever no blog. Não por falta de episódios dignos de serem partilhados (e tenho tantos!) mas por falta de tempo.
Posteriormente, a minha vida pessoal também mudou... ficou, felizmente, mais preenchida :-)
Houve também momentos em que tive tempo para escrever mas não tive coragem de publicar por ter passado tanto tempo desde o último post...

Mas hoje estou de volta!

09 outubro, 2008

A minha escola

Há muito que não apareço.
Pensando bem, talvez seja melhor dizer: "há muito que não tenho tempo para mim e, portanto, para vir aqui", a verdade é essa. Não tenho tido tempo sequer para os meus desabafos; e isto é grave.
Desde que entrei na minha escola que não tenho tempo para nada; vivo em função da escola; do trabalho da escola.
A primeira impressão que tive quando entrei na escola - e que ainda tenho! - é que é uma escola fantástica em termos de qualidade e condições de trabalho. Ora vejam: todas as salas têm um computador (mais ou menos velho mas funciona!), um videoprojector em, praticamente, todas as salas, devidamente instalado no tecto, prontinho a funcionar; uma boa quantidade de quadros interactivos a funcionar; uma sala de trabalho para cada grupo disciplinar com boas mesas de trabalho, computador, estantes de livros e, no meu caso, ao lado das salas específicas de aulas (laboratórios); não temos livros de ponto, usamos infoponto; 90 min do meu horário são para planificar aulas em conjunto com os colegas que dão os mesmos níveis de ensino que eu - fazemos tudo em conjunto e partilhamos materiais - todos trabalham para o mesmo e se entreajudam; Cada grupo disciplinar organizará uma das várias "festas" que a escola realizará ao longo do ano, tipo: o magusto, a Ceia de Natal, o Sarau, entre outros; temos uma sala de professores simpática, arejada, grande e com um bar que nos mima com uns petiscos saudáveis: sopa, saladas, sandes c salada, frutas e salada de frutas, e outros que tais; os funcionários muito simpáticos e prestáveis; um conselho executivo competente, ambicioso e amigo dos seus professores; toda a comunicação que é feita no placard da sala de professores é enviada por email para cada professor; o email é também utilizado para comunicação e partilha de materiais entre colegas (acumulo quase 100 email's da escola desde início de Setembro!)
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Quem não gostaria de estar numa escola assim?! :)
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Eu adoro! Mas tudo tem um senão...
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Tudo o que o Ministério exige, nós cumprimos - algo com que eu não concordo, dado a minha "Natureza rebelde", diria (lol) - inclusive a avaliação docente.
Quando se fala em avaliação, a minha escola é a melhor das melhores; "se bem o pensa, melhor o fará."
Papéis e mais papéis, grelhas e mais grelhas, discussões e mais discussões - que me deixam sem tempo para preparar as minhas aulas devidamente, como eu gosto, e propósito no qual eu considero que me devo centrar. Ainda mais que me saiu na rifa o 12º ano para leccionar - estou atolada em trabalho!
O que me chateia é que parte do trabalho que tenho tido não contribui para o meu sucesso como professora e para o sucesso dos meus alunos - que é o que me importa - dado que, com pouco tempo, não preparo as aulas como gostaria!
A avaliação do desempenho docente veio tirar tempo aos bons professores e ocupar os que não faziam nada, é a minha humilde opinião!
Enfim... não há bela sem senão!

02 setembro, 2008

A colocação

Estou de volta... Ainda mal refeita da surpresa que tive.
As férias foram boas mas não esperava que terminassem tão rápido. Na 6ª feira passada, estava eu descansada a ver o "Jogo Duplo", pois não estava à espera de ser colocada e, portanto, não "andava em cima da Internet", quando me apercebi que o meu telemóvel (que estava no silêncio) tinha algumas chamadas não atendidas de colegas professoras. Automaticamente pensei: "saíram os concursos e há novidades". Fui imediatamente à Internet, sem antes entrar em contacto com as colegas, e qual não foi o meu espanto de ver que fui colocada com horário compelto anual numa das minhas primeiras opções! Pensei: "houve engano, só pode ser!"
Fiquei felicíssima, claro! Mas muito surpreendida também!
Espero que muitas mais pessoas tenham tido a mesma sorte! Para os outros, boa sorte para as cíclicas!

24 agosto, 2008

Depois das férias...

... é altura de pensar no próximo ano lectivo. É altura de pensar nas colocações e na possibilidade de ser, ou não, colocada.... Estou à espera.

31 julho, 2008

As merecidas férias

Gostava de ter falado aqui de muitos assuntos que me preocuparam nos últimos tempos, relacionados com o ensino, claro, mas o cansaço e a falta de tempo não o permitiram. Terei, certamente, oportunidade de exprimir a minha opinião acerca deles pois, infelizmente, eles voltarão à "baila" no próximo ano lectivo. E voltarão em grande, a avaliar pelo comentário de uma colega de escola que encontrei no fim de semana no hipermercado: "Enfim as merecidas férias, não é? Já merecíamos e temos de aproveitar porque o ano que se avizinha vai ser terrível; nem imaginamos o que vem praí". Percebi que se estava a referir à avaliação e concordei. Mas tenho até hoje a sua expressão grave e séria a bailar na cabeça. Será assim tão grave?!


O melhor é mesmo ir de férias, descansar, relaxar e tentar não pensar nisso.



Depois de um fim de semana prolongado no Gerês, neste sítio paradisíaco, na "Encosta da Caniçada", (a convite dos bons amigos :) )








preparo-me para dar um pulinho à Galiza, depois a terras mais tropicais e de seguida... hmmm ainda está em "logo se vê" :)


Boas férias para todos; um bom e merecido descanso!
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17 julho, 2008

Acabou

Penso que hoje, finalmente, acabaram os trabalhos "urgentes" na escola.
Desde o último dia de aulas que nunca mais parei. Houve quem dissesse "acabaram as aulas, finalmente algum descanso" mas eu ainda estou a tentar perceber onde é que se meteu o descanso.
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A minha reunião de Conselho de Turma foi um momento difícil (para não usar outros termos "pesados") pelo qual passei. À semelhança da reunião de Conselho de Turma do 2º período, os colegas recusaram-se a realizar tarefas que têm de ser realizadas pelo C.T. durante a reunião, como alterar notas no computador (colocado na sala para o efeito) ou escrever as sínteses descritivas de cada aluno, alegando que "não me entendo com as teclas" ou "já fiz isso noutra reunião, agora não faço"; resistiram a preencher e assinar documentos (e quando o fazeram, fazeram mal e/ou incompleto, tive de andar "atrás deles" nos dias seguintes). Não quero deixar de referir os colegas que andaram a discutir aos berros (a "peixeirar", mesmo) por causa da transição de um aluno: o Conselho de Turma decidiu por maioria que transitasse mas um elemento do Conselho de Turma ia "esfolando" os outros por quererem alterar a sua nota.
Um Conselho de Turma vergonhoso, não tem outro nome. Para além da "cruz" da turma que me deram tive também a "cruz" deste belo Conselho de Turma. Devem ter sido factores determinantes da baixa médica psiquiátrica que a D.T. titular apresentou no final do 2º período.
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Após a reunião vieram os papéis. Papéis que nunca mais acabaram. Eu e a minha secretária andámos 1 semana para conseguir compôr a acta e preencher todos os papéis! Depois disso veio a reunião com os Encarregados de Educação e o encaminhamento de alunos para CEF - tarefa árdua. Depois disso, e até hoje, tive de inserir os Planos de Recuperação online (quase toda a turma com um monte de disciplinas para cada aluno), algo que, penso, só a DREN se lembrou de inventar; tive de fazer o relatório de Direcção de Turma para o qual há uma minuta na escola com os itens mais "estapafúrdios" (desculpem o termo!) que alguma vez vi e que demorou imenso tempo a fazer; tive de organizar os P.I.A.'s e arquivar toda a papelada.
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Estou cansadíssima; de tal modo que tive de começar a tomar algo para a fadiga física e psicológica. Nesta altura do ano, parece estranho, mas a necessidade assim o obrigou.
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Espero que vocês, colegas de outras escolas, não tenham tido metade do meu trabalho, nesta altura em que já estamos desgastados pelos alunos.
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Boas férias para todos! E bons concursos de professores com melhor sorte para o ano! (Porque devemos pedir sempre melhor!) :)