16 março, 2007

Testes e mais testes

Asneiras e mais asneiras! Vejam só:
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Questão: "Se essa força (gravitacional) não existisse, o que aconteceria à Lua?"
R.1: "A Lua fugiria para outro lado perdida."
[podia estar pior, não é? No entanto consigo fazer uma imagem da Lua num filme romântico/dramático a pegar no seu vestido de noite e a fugir desesperada, perdida de desgosto amoroso! lol]
R.2: "A Lua andava por aí, não havia noite com a luz da lua." [Perceberam?! Eu fiquei na dúvida! lol]
R.3: "A Lua cairia para a Terra." [Levar com a Lua em cima deve ser do caraças!]
R.4: "Se essa força não existisse a Lua seria puxada pela Terra até ficar agarrada a ela." [Esta sim, mostra que o nosso planeta é forte e vence qualquer coisa, até mesmo a indisciplina da Lua! lol]
R.5: "Não a via noite." [aiiiii...]
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Pergunto-me muitas vezes o que ando aqui a fazer. E a resposta é simples: ando a ensinar quem não quer ser ensinado; ando a tentar educar quem não é nem quer ser educado; ando a desgastar-me por quem não vale a pena, com muita pena minha! É a verdadeira desgraça! Vou tentando fazer o meu melhor embora tenha consciência que é uma missão impossível!
Ando mesmo cansada, estou a precisar de umas boas férias. Mas antes disso, ainda tenho de terminar de corrigir a pilha de testes, preparar as avaliações do final do período, revê-las, voltar a revê-las, depois vêm as reuniões e mais reuniões... AHH e mais um conselho disciplinar!!! Ahh pois, na minha bela escola o massacre é constante!
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20 comentários:

A Professorinha disse...

Testes, avaliação, Direcção de Turma... ai que isto nunca mais acaba!!!!!!!!!

Paulo disse...

Foi sempre assim!!! Ok. Boas notas.

Bom fim de semana.

Stôra disse...

Verifiquei hoje que ontem só "postei" o título! lol
Problemas técnicos :)
Agora, sim, já podem ver o post completo!
Obrigada pela visita! Bom trabalho para todos!

Alda Serras disse...

ahahah eheheh ohohoh

Andas a formar mestres de stand up comedy!


Bom fim-de-semana!

Meggy disse...

Bem... realmente é mesmo querer ensinar quem não quer ser ensinado..
Eu ainda dou la uma ou outra falha num testezitos, mas essas ultrapassam-me largamente, =P...

Bom fim-de-semana

Beijos

Anónimo disse...

E qual é a resposta certa?

Desculpa lá, mas a pergunta é um bocado estúpida, honestamente, é estúpida.

Se a força gravitacional não existisse? Não existisse ou se deixasse de existir de um momento para o outro? Por exemplo, agora?

Se deixasse de existir de um momento para o outro, a lua seguiria uma trajectória com direcção tangente à órbita no momento em que isso ocorresse.

Se não existisse simplesmente, então o que entendemos por lua nunca teria acontecido. Aliás, o universo seria muito diferente do que é.

Portanto, para mim, este é um daqueles casos em que a professora não sabe ensinar, pior, não sabe fazer perguntas.

É natural para um aluno não saber responder bem a uma pergunta tão mal feita. O aluno parte do princípio que as perguntas fazem sentido e quando apanham com coisas tão absurdas ficam baralhados, quanto a resposta seria simples: a pergunta como é feita não faz sentido nenhum, está mal definida.

E os alunos ficam baralhados porquê? Porque apesar de tudo, os alunos têm consciência da complexidade e da inter-relação entre os fenómenos no estabelecimento da ordem que constitui o presente. Essa pergunta só podia baralhá-los, porque uma resposta satisfatória exigiria uma reflexão que eles nunca poderiam fazer.

Anónimo disse...

Mais, já agora uma achega, correndo o risco de generalizar injustamente.

É por estas e por outras que o ensino está como está. Os professores acham que os alunos são estúpidos.

Os professores é que não têm sentido crítico e de auto-crítica em relação ao conhecimento.

O aluno, por outro lado, como nasceu há pouco tempo, tem o sentido da crítica e da auto-crítica exarcebados, e quando as coisas não fazem sentido, quando não são definidas de forma necessária e unívoca (o conhecimento), desinteressam-se e acham que isso não serve para nada, excepto para justificar o ordenado que a professora recebe no final do mês.

Anónimo disse...

E agora lembrei-me, se a pergunta for ainda mais subversiva do que é, isto é, se a pergunta pretende por um lado supor que força gravítica entre a terra e a lua não é uma força universal, no sentido de, desaparecer a força entre esses dois corpos mas manterem-se as forças entre os outros corpos, então a resposta que pretende é ainda mais imponderável e mais mal definida.

Ou seja, a lua pode muito bem ser capturada por outro planeta, no sentido de passar a ser satélite natural desse outro planeta. Pode, por outro lado, não conseguir manter essa órbita acabando por colidir com outro planeta. Também pode, dependendo das condições, acabar por colidir com o sol.

Depende de tanta coisa, do ponto de vista matemático não é um problema simples, e está tão mal definido que até me causa náuseas.

Mas vá, podes sempre apagar estes comentários ou então admitires o erro.

Eu sou estudante do ensino superior, curso de física, portanto eu sei do que falo. Estranho é tu não saberes do que falas.

Nós no superior conseguimos que perguntas dessas sejam anuladas, ou melhor, perguntas tão mal feitas como essa não existem, mas as perguntas mal feitas, quando aparecem, os professores admitem o erro e anulam-na, isto é, não dão cotação à pergunta. Sugiro que faças o mesmo.

Stôra disse...

Caro anónimo: Obrigada pelo seu comentário, tão enriquecedor para o meu blogue.

Reconheço que foi uma grande falha, minha, não ter colocado a resposta correcta ou, pelo menos, a resposta que EU aceitaria como correcta aos alunos do nível de ensino a que estou a leccionar - 7ºano. Será que ainda estou a tempo?! Eu aceitaria a resposta: "Provavelmente a Lua deixava de reflectir a luz que recebe do Sol." O que acha?!

Outra grande falha: formulei mal a questão e com isso confundi os alunos! Realmente eu ensino-os a questionar o Universo e até discutimos bastante estas questões mas ao mesmo tempo, confundo-os!

Acredite que, neste momento, estou a punir-me pelos meus erros! Vou queimar o meu "canudo", que foi tirado pelo telefone, e dar uma valente sova às minhas professoras de pedagogias pq realmente não me transmitiram da melhor maneira o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem nem a ter paciência com os alunos e... COM MUITAS COISAS!
Fico feliz por o meu blogue servir para aplicar de uma forma útil os seus conhecimentos! Como sou uma pessoa crítica e que questiono tudo e todos, pergunto-me: o que seria de si sem o meu blogue?! Provavelmente, se ele não existisse, ou desaparecesse neste preciso momento, estaria muito infeliz! Confesse!
Obrigada pela visita e volte sempre :)
*Beijinhos*

Stôra disse...

Ahhh e já agora, é responsável por, neste momento, eu estar a questionar continuar, ou não, no ensino!

Anónimo disse...

Não fui eu que tomei os alunos por estúpidos. Não gostei, não.

Quanto ao estar ou não estar infeliz. Pois, é uma boa questão, podia ser mais feliz do que sou, acredito que sim, mas tenho para mim que sou rigoroso em tudo o que faço (pelo menos tento) e não tomo ninguém por estúpido. Só tomo por estúpido quem tem a mania que sabe mais que os outros (e até pode saber) mas que o coloca de uma forma que os toma por estúpidos, quando não faz sentido nenhum essa abordagem.

Quanto a continuar ou não no ensino: não fazia ideia que fosses assim tão sensível. Admitir o erro não faz mal a ninguém, desistir é uma opção como tantas outras.

Outra opção seria, por exemplo, ignorar o mal que te fiz sentir, e corrigires silenciosamente o que daí pudeste tirar.

Acho que era bom para todos.

Os professores também aprendem, embora haja a ideia de que os professores do ensino regular sabem tudo, e é essa ideia que transmitem aos alunos. No superior o paradigma muda, nós sabemos que os professores não sabem tudo e eles são os primeiros a sensibilizarem-nos para os limites que todos temos.

Não sei muito de pedagogia, mas tendo a acreditar que mais vale saber bem uma coisa de forma dedutível e rigorosa do que saber muitas coisas de forma enciclopédica.

Anónimo disse...

Caro anónimo, antes de criticar seja quem for (e de nos dar uma tremenda seca), porque não se identifica?
Beijos grandes stôra (as férias estão quase aí)!!!!

olho_azul disse...

Onde já vi respostas dessas?!
No meio de tanta asneira pelo menos divertimo-nos!
Bom fim de semana

Setora disse...

Ainda bem que há anónimos, ainda bem que há alunos, ainda bem que há alunos "atrevidos" que nos obrigam a pensar e repensar.
A mim não me deu seca.

Os profes estão mesmo a precisar de férias.

gq disse...

stôra:

Não te chateies mt com a conversa do anónimo. Não é por uma parte de uma pergunta de um dos testes que alguém pode avaliar o trabalho de um professor.

Se ele soubesse o que era tentar ensinar uma turma inteira de gunas iletrados e violentos, cujas maiores aspirações são o de conseguir passar uma vida a viver do rendimento garantido e fintar as ofertas de emprego do iefp, mudava de cantiga!

Essas escolas têm problemas graves que afectam depois as nossas aulas, a nossa paciência, a nossa vida fora da escola, tudo. Academices não são para lá chamadas.

Não desanimes, como já te disse, não são todas assim! No ano passado estive em Miragaia e assumo que estupidifiquei, e muito!, os conteúdos da minha disciplina. Não tinha outra hipótese... Este ano estou numa escola onde os alunos estudam em casa antes de virem para as aulas, acredita que dá outro gozo, outra vontade de trabalhar e, aqui sim, faz sentido este tipo de preocupações.

Aproveita as férias para respirar fundo e aguentar até ao final!

Bjs.

Márisa disse...

Gostei da última resposta!
Lol.

Stôra disse...

LOL oh meu Deus!...

Caro anónimo: como vê, eu trabalho e não tenho tempo para andar sempre a ver o meu blogue.

Vejo que, lamentavelmente, não captou o espírito da minha resposta... Só isso revela muito do seu, diria, espírito: é uma pessoa obsecada com as suas ideias e... só vê em frente... não sei se me faço entender...
Tenho consciência que não vale a pena responder mas como reconheço que, por vezes, sou um pouco perversa e as pessoas não me entendem... vou responder-lhe com a promessa de ser clara e falar muito a sério.

Não devia fazer juízos de valor baseado numa alínea de uma questão que eu coloquei no teste pois não tem conhecimento do contexto em que ela foi colocada nem sabe quais foram as alíneas anteriores nem as posteriores. Não devemos falar do que não conhecemos!

Neste nível de ensino, é frequente eu ler as questões dos testes em voz alta para que, caso hajam dúvidas quanto ao objectivo das questões, elas sejam esclarecidas! Os meus alunos são os meus primeiros e principais críticos!

Fique descansado pois quando os alunos têm dúvidas nas questões eu esclareço-os e, neste caso, tive respostas muito boas pois compreenderam a questão e os assuntos foram bem discutidos nas aulas.

Não era minha intenção copiar para aqui o teste. A intenção do meu blogue é partilhar alguns desabafos com as pessoas que o lêem - suponho que, na maioria, colegas professores que têm os mesmos problemas.
Neste caso partilhei as poucas respostas tolas que me fizeram rir! Se me disser que isto é feio, que só me rio do mal, aceito, é verdade! Sou mais um ser humano que só se ri do mal!
Mas vir criticar o meu trabalho sem o conhecer - ainda é mais feio!

Mais ainda, sou uma pessoa que preza a competência, o rigor e o profissionalismo. E, quando erro, tenho a humildade de corrigir os meus erros. Porque errar é humano. Errar duas vezes é que já é... falta de jeito ;)
Eu não tenho a mania que sei tudo, meu caro, antes pelo contrário, tenho noção que não sei nem um milésimo! E passo essa mensagem aos meus alunos: o professor não sabe tudo e além, disso, a ciência está em constante evolução por isso os meus alunos têm noção de que o que se diz "hoje", "amanhã" poderá ser diferente. Veja-se o caso do planeta Plutão, que foi uma ligeira mudança que interferiu nas suas aprendizagens.
O anónimo é que, pelo que se vê, é um mestre! Ou pensa que o é!

Deve ser mais humilde e não julgar o todo pela parte. Já estava a julgar os meus colegas professores pelos meus actos (maus ou bons)! Isso é muito feio!

Tenho pena que a Sra D. Ministra tenha conseguido o que queria: o povo anda à "caça ao prof."! Isto é vergonhoso!

E, por último, acho que o anónimo deve continuar a estudar, mas deve também arranjar hobbies para arejar as ideias! Faz bem ao espírito! Pode ser que, assim, para além da licenciatura, consiga ir mais longe e ainda sejamos colegas ;)

Bom, aqui me despeço!

Stôra disse...

gq: Vejo que conheces a fundo o covil onde estou metida!
Espero que no próximo ano me saia na rifa uma melhor!
As férias da Páscoa vêm em boa altura! Estou muito necessitada!

Anónimo disse...

"Caro anónimo: como vê, eu trabalho e não tenho tempo para andar sempre a ver o meu blogue."

Eu não trabalho??

"Vejo que, lamentavelmente, não captou o espírito da minha resposta... Só isso revela muito do seu, diria, espírito: é uma pessoa obsecada com as suas ideias e... só vê em frente... não sei se me faço entender..."

Insulto pessoal inqualificável, por que não se pode medir e continua a ser mal definido. Posso ser obcecado com ideias, mas tu és obcecada contigo mesma, a saber:

"Tenho consciência que não vale a pena responder mas como reconheço que, por vezes, sou um pouco perversa e as pessoas não me entendem... vou responder-lhe com a promessa de ser clara e falar muito a sério."

Obrigado pelo favor que me fez, teres-te dignado a responder-me, que gentileza a tua.

"Veja-se o caso do planeta Plutão, que foi uma ligeira mudança que interferiu nas suas aprendizagens.
O anónimo é que, pelo que se vê, é um mestre! Ou pensa que o é!"

O Plutão ser ou não ser planeta é pseudo-ciência, tem a ver com a definição do que é um planeta e tem interesse conceptual nulo.
Não sou nem deixo de ser, o que eu penso a meu respeito não é para aqui chamado.

"Deve ser mais humilde e não julgar o todo pela parte. Já estava a julgar os meus colegas professores pelos meus actos (maus ou bons)! Isso é muito feio!"

Fiz a ressalva da generalização, deverias ter reparado.

"Tenho pena que a Sra D. Ministra tenha conseguido o que queria: o povo anda à "caça ao prof."! Isto é vergonhoso!"

O povo é estúpido às vezes, e às vezes implica que não é sempre.

"E, por último, acho que o anónimo deve continuar a estudar, mas deve também arranjar hobbies para arejar as ideias! Faz bem ao espírito! Pode ser que, assim, para além da licenciatura, consiga ir mais longe e ainda sejamos colegas ;)"

Mais uma vez, és muito gentil em dares-me dicas assentes em juízos que fazes sobre mim, de como passo a minha vida, do que penso e essas coisas com as quais estás obcecada. Sugiro, a contraponto, que arranjes como hobbie escrutinar as ideias que tens e ser mais rigorosa nas coisas que fazes.

Quanto a ser colega, não é desrespeito, mas não preciso, não quero, não desejo, é uma questão de gosto e não me vejo com gosto em ensinar putos. E depois paga mal, mal todos os dias. E depois tem outros defeitos, não é suficientemente interessante intelectualmente, para mim. Não quero com isto diminuir ninguém.

E é outra coisa, é um desperdício, com a quantidade de coisas que eu sei fazer, ia ensinar uns putos? Ensinar uns putos podia ensinar já, do pé para a mão, só precisava de altas doses de paciência e 100mg de vicodin por dia para esquecer.

Claro que depois poderia chegar à conclusão que não tenho formação para ensinar putos, não tenho formação que me dê motivação, nem tenho formação que me dê paciência pedagógica.

3minutos chegam para te responder, como vês, perco muito tempo em dignar uma resposta.

Stôra disse...

Finalmente, meu caro anónimo, vejo que chegou lá: ser professor não é para todos! É só para quem tem mesmo amor à profissão!

Lembre-se que sem os professores não teria os conhecimentos que tem hoje! É necessário respeitar o seu trabalho!

Criticar é fácil.
O povo está cheio de bons críticos como o anónimo e não só...
Veja-se, por exemplo, o prof. Marcelo Rebelo de Sousa: é um óptimo crítico - e nisso faz um trabalho excelente, no meu ponto de vista - mas nunca vingou como político!

Convido todos os críticos a passar "à acção" - ficaria no camarote a assistir ao seu naufrágio!