03 maio, 2008

O Conselho Disciplinar

Depois de terminar o procedimento disciplinar do qual fui instrutora e que resultou na aplicação de medidas correctivas, as participações disicplinares continuaram a chover: vão desde participações de funcionários a relatar brincadeiras parvas de alguns alunos que mandam colegas ao chão e saltam em cima deles, passando por relatos de comportamentos descontrolados de ordem sexual (é verdade, a Primavera chegou em grande, só espero que daqui a 9 meses não chegue outra notícia) até 7 participações disciplinares da professora de Matemática numa só aula!
Bom, depois disto, eu disse para mim mesma: ou fico maluca, ou deixo de dar aulas e trato de ser inspectora a tempo inteiro ou vou ao "chefe" e digo-lhe que actue.
Optei pela última hipótese. Um dos despachos que o "chefe" deu foi: "a D.T. deve convocar Conselho Disciplinar que será presidido pelo presidente do C. Executivo".
Convoquei, então, o Conselho Disciplinar.
Como correu? pessimamente mal! O que foi decidido? Nada!
Volvida uma hora e meia de reunião, cada um dos professores tinha exposto os problemas que tem com cada aluno indisciplinado (são 6 alunos) e emitido opinião quanto às medidas a aplicar-lhes (devo dizer que se um professor dizia "mata" o outro dizia "esfola" porque estão todos "passados" com a indiciplina da turma). Ficou também decidido que dois deles têm de ser acompanhados pela psicóloga da escola (sobrou para mim esta tarefa) pois podem estar em risco. Talvez seja mesmo necessário accionar a CPCJ (Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em risco).
Depois de tudo isto, o presidente da reunião continuou dizendo qualquer coisa como "ok e tal... sabem... nós não podemos... porque a lei..." (desculpem o termo, "lixando-se" para o que tinhamos estado a fazer durante a reunião toda) Nisto, uma colega (daquelas que não têm pápas na língua) "dá um murro na mesa", perguntando se tinha estado a gozar com o pessoal naquela hora e meia. Foi o rastilho para uma bela discussão. A reunião terminou de forma abrupta, por ordem do presidente, mandando todos embora. "Eu trato disto", disse.
O problema é que não tratou e as participações disciplinares continuam a chover! Mais ainda, os alunos perguntam descaradamente: "então, professora, o que foi decidido no Conselho Disciplinar?", "Eles falam, falam e não fazem nada!"
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Pois é, não fazemos nada porque a minha escola não tem um "presidente de tomates", nem "pulso" para eliminar a indisciplina. Na minha escola não se pode nada!
Ao contrário da escola onde estive no ano passado, num bairro problemático do Porto, onde o presidente tinha um "pulso firme" para castigar aqueles alunos selvagens (deculpem a forte expressão... só quem dá aulas em escolas destas é que sabe avaliar). Se assim não fosse, ninguém conseguia entrar na escola com medo.
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Alerta: presidentes de pulso, precisam-se!

5 comentários:

Paideia disse...

Ó stôra, desculpa, lá, mas não percebi. Não houve proposta de actuação? Não foi votada? Porquê?
Não apresentaste uma proposta para cada aluno em análise? Não a puseste à votação?É que não dá para perceber o que estiveram a fazer durante hora e meia.
Ó stôrinha...

Anónimo disse...

É verdade! Presidentes de pulso, precisam-se!E urgentemente!

Stôra disse...

Pois! Nem eu percebi!!!
Houve proposta de actuação para cada aluno (suspensão, entre outras), houve votação de cada professor mas, no final, o presidente da reunião deu um passo atrás dizendo que não se pode fazer as coisas assim... e tal... não se pode suspender um aluno assim...
Conclusão: para suspender um aluno é preciso ele bater num professor caso contrário nada se faz.
Na minha escola, este ano, um aluno deu um pontapé no estômago a uma funcionária e não lhe aconteceu nada!

Stôra disse...

O Conselho Disciplinar foi uma palhaçada! Não sei porque é que o presidente do Conselho Executivo o mandou convocar.

Anónimo disse...

ohhh Colega isso vai mesmo mal, caso tenha um bom conselho de turma o que já me aconteceu noutra escola foimarcar uma reunião com todos os professores e os pais desses alunos, para que os pais compreendessem que nós já estávamos no nosso limite de paciência com as suas crias. e caso eles em casa não actuassem é ameaças com CPCJ, que depois vai a casa deles e ameaça que lhes tira os filhos... Boa Sorte, e pense estamos em contagem decrescente.