Cá estamos, de regresso a mais um período lectivo. O último.
Logo na 2ªf tive uma boa notícia: deixei o cargo temporário de Directora de Turma (daquela turma de pestinhas que referi no post anterior). Apesar de ter mais uma mudança de horário, desta vez foi para melhor (para variar um pouco). Continuo a ser o "tapa-buracos" da escola.
Na 3ªf aconteceu-me algo que já não me acontecia desde o ano passado naquela "bela" escola do Porto. Algo grave. Parecido, só o caso "Carolina Micaelis".
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Dei aula de E.A. (1 bloco de 90 minutos) a uma das turmas que me atribuíram a meio do ano e à qual lecciono apenas esta área curricular - uma turma de 7º ano. É uma turma grande e barulhenta. Tem alguns alunos hiperactivos e mal educados. A aula decorreu como habitualmente: enviei um aluno para a sala de estudo e zanguei-me e dei "sermões" algumas vezes ao longo da aula.
De seguida fui para um dos meus tempos de substituição. Estava eu e outra colega "de serviço". A funcionária abordou-nos e disse que precisava de 2 professoras uma para a turma 9ºY e outra para a turma 7ºX. Eu desabafei em voz alta "bolas, ainda agora acabei uma aula com o 7ºX". E a minha colega, simpática, responde-me: "então vou eu para essa turma, vai tu para o 9ºY". Eu, sendo professora da turma e conhecendo o seu comportamento, não me senti bem e voltei: "não, deixa estar, vou eu que já os conheço". E fui.
Os alunos continuam a ver as aulas de substituição como aulas de "empata". Os professores continuam a faltar sem deixar plano de aula. Fui recebida pela turma com um insistente: "vamos jogar futebol, vamos jogar futebol!". É claro que tive de lhes explicar mais uma vez que não podiam ir jogar futebol mas poderíamos fazer um jogo do conhecimento na sala de aula. Tiveram de acatar, embora contrafeitos. Sempre aos berros e em desordem, conseguiram perceber e iniciar o jogo.
Estes alunos não sabem estar. Falam todos ao mesmo tempo; aliás, berram. E ainda "refilam" quando são chamados à atenção. O P. insistia em gargalhadas estridentes e patéticas, em estar virado para trás, em dar palpites estúpidos e a rir-se quando eu o repreendia, não mudando de atitude. A determinada altura, vi o P. novamente virado para trás, deitado sobre as costas da cadeira e, já um pouco "passada", aproximei-me dele (que nem deu pela minha aproximação) e disse-lhe em tom baixo, calmo, mas "elucidativo": "se voltar a ter de te avisar será para te mandar para a sala de estudo". O P. levantou-se de repente, vociferando palavras grosseiras e mal educadas, pegou nas suas coisas e disse que "ia embora e já", precipitando-se na direcção da porta, deixando-me a "falar sozinha". Voltei-me e tentei impedi-lo de se dirigir para a porta. Senti o meu braço ser sacudido e ao mesmo tempo também o retirei. Dirigi-me então para a porta, atrás dele, dizendo-lhe bastante exaltada: "experimenta sair por essa porta sem a minha autorização que tu vais ver o processo disciplinar a que vais ficar sujeito!". Só esta ameaça o deteve. "Vá imediatamente para o seu lugar", disse-lhe. Chamei, então, a funcionária para o acompanhar à sala de estudo mas entretanto ouviu-se o toque de saída. Marquei falta disciplinar ao aluno e fiz participação à D.T. Referi na participação que exijo um pedido de desculpas do aluno em frente à turma. (ainda pensei no pedido de desculpas feito por escrito e assinado pelo pai, mas achei que talvez não tivesse muita sorte :) não concordam?
A tensão e estado de nervos com que fiquei fizeram-me tremer. Este alunos pensam mesmo que "isto é tudo deles".
Pensava que tinha deixado estas "cenas" na escola onde leccionei no ano passado. Estava enganada.
Estou a começar a concluir que isto está a virar epidemia.
Foi mais um regresso...